O trânsito e o comércio: qual caminho seguir?
As queixas são muitas: não há vagas suficentes para o cliente estacionar; Área Azul funciona; não funciona; pedestres não obedecem a sinalização; carros não obedecem; motos não obedecem; mototaxi e tuc tuc precisam de nova regulamentação; não precisam; precisa de espaço adequado para bicicletas; não precisa; transporte público não deve passar pelo centro; precisa passar; o horário de descarga precisa mudar; não precisa...
Os questionamentos são muitos e não há uma resposta fácil que atenda à demanda agradando a todos. E o comércio sofre o impacto positivo e negativo de tudo isso.
“O Plano de Mobilidade Urbana está em construção. A partir dele, teremos as diretrizes para estabelecer novas regras e soluções para o trânsito”, explica o advogado Dr. João Martins Neto, Diretor do Departamento de Trânsito da cidade e importante parceiro da CDL de Jaboticabal.
De acordo com dados estatísticos do Detran-SP, entre os meses de janeiro e julho deste ano, Jaboticabal emplacou 897 novos veículos. Ano a ano, a frota aumenta mas e o comportamento do motorista se altera obedecendo o interesse pessoal antes do coletivo.
“Assumi o Departamento em fevereiro e temos adotado as campanhas de educação no trânsito, trabalhado para o reconhecimento e valorização da equipe e priorizado a segurança. Mas é inquestionável que a legislação é ultrapassada e, em alguns casos, inexistente. Há muito trabalho a ser feito”, destaca Dr. João.
Alguns lojistas pedem mais rigor na fiscalização da Área Azul para garantir a rotatividade no estacionamento central. Outros reclamam dos ônibus que passam pelo centro, atrapalhando o fluxo do trânsito; outros pedem, ainda, regras e controle para a carga e descarga com o objetivo de evitar congestionamento.
“Ouço os apelos e reclamações de todos. Pessoalmente, faço o que chamo de ‘laboratórios’, ou seja, procuro vivenciar as situações que são relatadas, nos horários de pico e nos locais indicados”, revela o Diretor de Trânsito.
A experiência pessoal, inclusive como advogado, facilita a atuação, mas não impede a dificuldade de trilhar por caminhos onde a unanimidade passa bem longe.
“Discutir e decidir sobre alguns destes assuntos será mais produtivo quando tivermos o Plano de Mobilidade Urbana como base inicial, já que a elaboração dele depende da opinião de todos”, conclui.
Coordenado pela Prefeitura, o plano tem cronograma de elaboração até o final deste ano e já realizou várias consultas populares. Vale ficar de olho e aguardar.
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